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A MENINA QUE NÃO PARAVA DE CHORAR

  • Foto do escritor: Estela Turozi.
    Estela Turozi.
  • 3 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

 Conta-se que numa aldeia uma menina começou a chorar sem parar. De início, os pais não deram maior atenção, mas o choro ganhou intensidade e perdurou pela noite, indo até o outro dia. Preocupados, os pais chamaram o médico local, que examinou a menina, medicou-a e tentou tranquilizá-la, porém sem sucesso. O choro persistiu por dias e foi deixando os pais aflitos e receosos por sua saúde. Resolvera, então pedir ajuda ao rabino local. Quando o rabino chegou foi direto até a menina. Sentou-se a seu lado e lhe sussurrou algo ao pé do ouvido. Não tardou muito e o choro começou a perder força. Ela se pôs a soluçar e gradativamente foi recuperando o fôlego até que, finalmente, parou de chorar. Os pais ficaram radiantes e gratos ao rabino, mas muito curiosos. Insistiram para que lhes contasse o que havia dito a menina para surtir efeito tão rápido e positivo. O rabino então falou: “Eu simplesmente disse a ela que chorasse sim, que chorasse, mas só até onde lhe doía e não mais que isso!” A menina da nossa história chora um choro interminável. Existem momentos em que a dor que sentimos parece não ter fim. Parece insuperável e insuportável. Mas, assim como na história, quando você pode observar e compreender a real dimensão do sofrimento ele por si só é amenizado. Quando não podemos sequer olhar para a dor ela aumenta ainda mais. De repente estamos sofrendo pelo fato de estar sofrendo. Em um ciclo que se retroalimenta. O rabino ajudou a menina a refletir e tomar consciência de si. Olhar para dentro possibilita reconhecer o que é nosso e o que não é.

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