Análise: A Menina Da Lanterna

Todos passamos por momentos de crises na vida, momentos em que nos sentimos no escuro, desorientados e sem rumo.

Este período é simbolizado na história quando a menina tem a luz de sua lanterna apagada e por consequência precisa iniciar um caminho de autodesenvolvimento para reencontrá-la. Caminho para reencontrar a luz (encontrar a saída).

Assim que a luz se apaga ela se vê sozinha, sem ninguém que possa ajudá-la.

Quando a vida parece um emaranhado de dificuldades não é possível ter clareza do que está acontecendo. Uma grande pergunta pode surgir neste instante: Quem sou eu? Qual o meu papel neste mundo?

Mesmo sem ter a resposta continuamos caminhando pela vida, muitas vezes sozinhos, muitas vezes tateando no escuro.

Assim faz a Menina que segue seu caminho até encontrar os animais da floresta: ouriço, urso e raposa.

Todos se recusam a ajudá-la. O ouriço diz que precisa cuidar dos filhos, o urso descansar e a raposa quer caçar.

Eles representam os instintos básicos humanos que estão relacionados à sobrevivência: necessidade de um abrigo, poupar energia e se alimentar.

Estes instintos estão programados em nós e são fundamentais para a manutenção da vida. No entanto, eles devem ser percebidos e governados.

Contudo, quando não observamos nossos instintos não podemos dominá-los, e podemos nos tornar escravos deles.

Sabe aquele momento em que nos deparamos com a vida adulta baseada em casa, trabalho, pagar boleto e, no intervalo disso, comer e dormir?

Sensação de insatisfação, inadequação e agústia surgem aí quando percebemos: tenho tudo que preciso e mesmo assim sinto um enorme vazio.

Praticamente toda a humanidade sobrevive consumindo energia com os mesmos dilemas: relacionamentos, dinheiro e trabalho. Sem dúvida eles são fundamentais para nossa evolução, e é também a partir destas experiências que podemos aprender sobre nós mesmos e os outros. Mas se não conseguimos transcender essas coisas ficamos girando em círculos, revivendo as mesmas histórias com os mesmos sofrimentos.

• Ouriço (cuidar da casa, relacionamentos, deixar filhos)

• Urso (manter a energia, sono, descanso)

• Raposa (cuidar da alimentação)

Depois disso a menina continua seu caminho e encontra os seres humanos.

Eles representam as três partes que formam o homem: pensar, querer e sentir.

• Fiadeira: (PENSAR)

• Sapateiro: ação e vontade (QUERER)

• Criança da Bola: sentimentos (SENTIR).

A Menina da Lanterna agora tenta buscar solução pensando, agindo e sentindo.

Comumente tentamos solucionar nossos problemas pensando, pensando e pensando sem parar. Pensamos sozinhos, depois resolvemos falar com as pessoas próximas. Poderemos tentar mudar de estratégia, de emprego, relacionamento, casa ou até de cidade. Sempre na ânsia de que assim iremos resolver o buraco interno. Somos vítimas da frustração, raiva, tristeza e todos os sentimentos que possam emergir em nossa realidade. Todos os esforços são em vão pois com a chama apagada esses recursos não podem nos ajudar no que precisamos.

Uma transformação acontece quando a Menina adormece e ao despertar para o mundo físico, encontra a sua luz.

Neste ponto a história nos faz refletir que a luz que ilumina nossa vida só pode ser encontrada no mundo interno.

Por quanto tempo permenecemos procurando a felicidade do lado de fora e somos acompanhado de desânimo frustração. Quando compreendemos que é nossa responsabilidade olhar para dentro e manter a chama acesa para então iluminar o lado de fora a vida dá um grande salto.

Depois que sua lanterna novamente é acesa a Menina retorna seu caminho ajudando aqueles que precisam.

A Menina faz seu gesto de doação e amadurecimento, do seu SENTIR, QUERER E PENSAR. Ajudando os animais, ela reconhece os seus instintos e domina o seu mundo interior.

A história da Menina da Lanterna nos fala do caminho para o autoconhecimento. Nos conta que crescer de verdade é poder reconhecer e gerenciar nossos pensamentos, sentimentos e ações bem como nossos instintos mais primitivos.

É a partir do compromisso consigo mesmo que se pode colocar sua luz no mundo.