ELA NÃO IA AO CASAMENTO DA PRÓPRIA FILHA POR CAUSA DA DOR (e descobriu que seu problema era outro)
- Estela Turozi.

- 12 de jul. de 2018
- 4 min de leitura
Quando Selma acordou naquela manha de quinta-feira ela não sabia que seu dia seria tão difícil.
Ela tinha um dia cheio de trabalho como professora universitária e estava animada com a festa de casamento de sua filha mais velha no fim de semana. Era uma semana cheia de preparativos com a festa, ansiedade e expectativas sobre aquele momento tão importante para a família.
Mas quando Selma foi se levantar da cama ela sentiu uma forte fisgada nas costas que parecia atravessar o abdômen. Falou-lhe o ar e ela não conseguiu sair da cama. – Nossa! O que foi isso? Pensou ela. Resolveu se acalmar, esperou um pouco, virou-se de um lado para o outro, fez uns exercícios que aprendeu na fisioterapia e tentou novamente. Nada. Ela tinha essa dor há algum tempo, mas hoje piorou de vez.
Ela resolveu ligar pera seu ortopedista e contar o que estava acontecendo, mas ele havia viajado e não poderia atendê-la naquele dia. Frustrada e com vergonha, ligou para o trabalho e avisou que não conseguiria cumprir com seus compromissos. Com o marido viajando estava sozinha em casa e teve que pedir ajuda a filha. Mesmo com os preparativos fundamentais para o casamento a saúde é sempre prioridade.
Com a ajuda da filha, tomou remédios, chamou sua massagista ate que conseguiu sair da cama, mas a dor estava La e piorava conforme caminhava. Não conseguia se abaixar.
O dia passou e chegou a sexta feira. O casamento era no dia seguinte e a dor AINDA estava La. Não conseguia ajudar a filha nos preparativos. Mensagens e ligações chegando. A filha ansiosa e preocupada mais com a mãe que com sua festa. Não conseguia colocar o vestido.
Faltou mais um dia ao trabalho. Nem sequer conseguiu abraçar o marido que chegou de viagem, nem almoçar com ele. Os remédios não ajudavam muito e caminhava mancando.
-Como vou ao casamento da minha própria filha desse jeito? E se eu piorar la? Vou atrapalhar tudo, vou chamar mais atenção que a noiva. Não vou conseguir usar a roupa da festa, muito menos o salto. Nem o cabelo eu consigo arrumar com essa dor.
Foi ai que, extremamente preocupados, a família me procurou e fui ate a casa deles para vê-la.
Quando cheguei vi a ansiedade e angustia no rosto de todos. Ao conversarmos ela me contou que tinha feito exames e estava com vários pontos de artrose e bicos de papagaio na coluna. Com base nesse exame o medico já tinha lhe dito que teria que se aposentar e aprender a conviver com a dor.
Também já tinha deixado o esporte que amava que era correr. Fazia com frequência massagens, fisioterapia, microfisioterapia, tomava muitos remédios, infiltração, e se movimentava cada vez menos por dor e medo de piorar.
– Mesmo assim eu piorei, minha coluna é toda comprometida. – Me contou ela.
Foi então que examinando seu corpo encontrei uma tensão importante na região do estomago e lhe perguntei: Você tem ou já teve algum problema no estomago?
– Puuuuxa, esqueci de te contar, eu tenho gastrite há anos, mas quase não tenho mais dor.
Eu: – Pois, é, mas essa tensão todo esse tempo no seu estomago esta agora causando essa dor nas costas.
Era a mesma dor que se manifestava. A tensão antiga no estomago se mostrava agora ate a coluna a ponto de o corpo pedir que ela parasse de se mexer para conseguir proteger essas estruturas.
Ninguém imaginava que uma coisa poderia ter a ver com a outra. E muito menos que uma simples gastrite poderia um dia travar a coluna e fazer você perder um momento tão importante.
Fizemos técnicas de terapia manual, respiração, posições e movimentos inteligentes.
De fato, conforme a tensão do estomago foi aliviando a dor nas costas também foi indo embora .
Selma conseguiu se levantar, abaixar e caminhar sem dor. De repente ela se sentia leve. Deu ate uns pulinhos. Experimentou o salto para o casamento da filha e desfilou elegante no quarto de casa. Com um grande sorriso me abraçou e me agradeceu. Não tenho como te agradecer, achei que não poderia estar com minha filha no dia mais importante da vida dela.
Repetimos mais um atendimento no sábado pela manha. Mas o clima já era outro, de confiança e de que tudo daria certo.
Selma se sentiu melhor no segundo dia, e ainda com um pouco de cautela conseguiu ir ao casamento da filha e aproveitar a festa. Ela viu e viveu a felicidade deste momento tão especial. Também recebeu o carinho da filha e do marido, todos tinham se ajudado, era uma nova fase, mas ela sentia que eles cuidavam um do outro.
—
PERGUNTA:
Será que o nervosismo pelo casamento e as mudanças com a filha saindo de casa pioraram essa gastrite crônica?
Sim, pois NOSSAS EMOÇÕES ESTÃO NO NOSSO CORPO.
—–
ATUALIZANDO:

Selma continuou o tratamento e aprendeu a escutar seu próprio corpo.
Ela hoje sabe escolher o que é MELHOR PARA ELA. Alimento, exercício, sono, trabalho, ela ESCOLHE BASEADO NAS RESPOSTAS QUE SEU CORPO MOSTRA.
Ela NÃO PRECISOU SE APOSENTAR nem se afastar do trabalho.
Ela entendeu que NEM SEMPRE o que aparece no exame é realmente a causa do nosso problema.
Hoje ela esta ani
mada esperando seu PRIMEIRO NETINHO e eu estou acompanhando a filha na preparação para o parto.
— PARA REFLETIR:
Quantos momentos você deixa de viver por causa de dor, medo e crenças sobre problemas do corpo?
As vezes a vida parece nos dar uma rasteira, nosso corpo parece ir contra nós, mas esse pode ser um momento de grande aprendizado.
Use a Dor a seu favor!
Estela Turozi – Reabilitação em Dor.









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