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O Crítico Interno

  • Foto do escritor: Estela Turozi.
    Estela Turozi.
  • 12 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

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"A coisa fundamental que a voz diz a uma pessoa "envergonhada" é que ela não é digna de ser amada, não tem valor e é má. A voz sustenta a imagem da criança má. A voz pode ser experimentada, conscientemente, como um pensamento.


Na maioria dos casos, ela é parcialmente consciente ou totalmente inconsciente. A maioria das pessoas não percebe a atividade habitual da voz. Nós a percebemos em certas situações estressantes, quando nos expomos e a nossa vergonha é ativada.


Depois de cometer um erro, a pessoa chama a si mesma de "tola, de estúpida" ou diz: Lá vou eu de novo. Mas eu sou mesmo um palhaço desajeitado". Antes de uma importante entrevista de emprego, a voz atormenta você com pensamentos do tipo: "O que faz você pensar que pode assumir a responsabilidade de um cargo como esse? Além disso olha como você está nervoso. Eles vão perceber a pilha de nervos que você é."


Livrar-se realmente das vozes é uma tarefa de grande dificuldade, devida à ruptura original da ponte interpessoal e do elo de fantasia dali resultante. Quanto mais uma criança é abandonada e quanto mais severamente ela é abandonada (negligenciada, abusada, confundida) tanto mais ela cria uma ilusão de conexão com os pais. Essa ilusão é a que Robert Firestone chamou de "Elo de fantasia".


Para poder criar elo de fantasia, a criança precisa idealizar seus pais e tornar-se "má". O propósito desses laços de fantasia é a sobrevivência. A criança depende desesperadamente de seus pais. Eles não podem ser maus. Se eles forem maus, ou estiverem fartos dela, ela não conseguirá sobreviver.


Assim, o elo de fantasia que os torna bons e ela má é como uma miragem no deserto. Ele dá à criança a ilusão de que existe carinho e apoio na sua vida.


Anos mais tarde, quando a criança deixa os pais, o elo da fantasia está estabelecido no seu íntimo. Ele é mantido por meio da voz.

Aquilo que um dia foi exterior à criança - os gritos dos pais, a voz que censurava e punia - agora foi interiorizada nela.


Por essa razão, o processo de confrontar e mudar a voz interior gera muita ansiedade. Mas, como sugere Firestone: "Não há mudança terapêutica profunda sem o acompanhamento dessa ansiedade."


(Trecho retirado do livro: Ao Encontro da Sombra - Connie Zweig e Jeremiah Abrams)

 
 
 

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